Poucos são os que se aventuram, mas tudo que chega é de extrema beleza.
EMÍLIA DE MELLO NASCIMENTO
O mais longe e o tão próximo
O meu presente pode dizer que talvez essa parte de mim,Não tenha a despojar de tantos acasos, andares e verbos deixados por lá,
Um lar não tão longe, mas que eu não o consigo mais acompanhar
E fazer que o afim, seja o fim.
Eram manhãs que logo não vinham as tardes,
Uma tv ligada, um vocábulo estragado e horas demasiadas,
Minha casa, a rua, a esquina, a cidade...
Aquele vergonhoso espaço, onde subtraiu todo o meu eu de hoje.
Casa
Possa até ser de calento meu, mais infringir, ilusionarNão fazem parte do que eu quero mostrar,
Pois aquele lugar, eu não quero lembrar,
Nem quando o sol se vinha e o quanto o pouco se chovia.
Rua
Ruas das quais não tinham e que entoavam o que se via,Uma hierarquia que estava destruída e o
Quão Jesus carregaria por aquela praça, via, estrada de pura hipocrisia.
Esquina
Conversas imundas, paradas abstratas,
Por pequenas e idolatradas pessoas,
Que desse vazio se espalhava e percorria cada canto com
Mentiras árduas, burocratas e insensatas.
Cidade
Esse era o fim.Não só foi o meu como o que será o de muitos.
E disso sempre irei lembrar, pois não mais faço parte de lá,
O que se foi eu irei deixar, mesmo que ainda vou carregar,
As minhas memórias e esperanças de um lugar tão vulgar.
THIAGO ALBERTO ROCHA GALVÃO
A cidade surge do nada, e se torna algo importante,
para as pessoas que a habitam,
para as pessoas que a conhecem desde o início,
se torna uma memória constante
A idéia de modernidade e atualidade é inevitável,
com pensamentos de arquivamento digital,
com substituição dos documentos originais,
que, para muitos é intragável
A cidade é um lar,
é o lugar onde cada um constrói e vive sua história,
cada um com sua participação,
fazendo dela seu lugar de memória
Então, onde você é feliz e cria sua verdadeira identidade,
é o lugar que você quer preservar,
quer cultivar sua originalidade,
é a memória de histórias vividas,
algo muito em comum com sua personalidade,
por isso as pessoas saem em defesa,
da preservação das memórias de sua cidade.
AUGUSTO PASSOS COSTA
Minha cidade,
Também conhecida como minha história
Nasci e cresci
Na minha cidade
Eu vivi.
Várias memórias me possuem
Desde os encontros na praça
Até as brincadeiras de rua
Mas, uma coisa não posso negar
Que minha identidade ali há de estar.
Tenho memórias coletivas e individuais
Vivências em conjunto e sozinho
Cada uma com suas características, expressividades
Importâncias e singularidades
A cidade é reflexo de interações
Algo que não pode ser perdido
Já que a memória
Nela está submetido
Praças, ruas, festas,
Pessoas, sentimentos e vivências
Minha cidade, minha história
Minha vida, minhas memórias.
JADE ALMEIDA SILVEIRA
E as pessoas continuam..
A bater papo, mas já não tem a mesma paz ..
A praça ainda é a mesma..
Na rua já não há mais terra, mais ainda está ali..
As crianças já não brincam mais..
Os vizinhos ainda estão lá, mas não são mais os mesmos..
A cachoeira já não tem mais água..
A montanha de pedra agora é um enorme buraco..
As grandes árvores frutíferas já não tem mais fruta..
O vento ainda tenta emaranhar meus cabelos
E eu digo que permaneço a desejar..
que esse lugar não
despareça..
Da minha memória..
GABRIEL HENRIQUE DE OLIVEIRA
Das mais belas divindades,
Eis aquela linda cidade,
Cercada por matos e flores,
Nos deliciando com frutos de novos sabores.
Cidade simples e delicada,
Onde crianças brincavam,
Trazendo alegria por onde passavam.
Foi lá naquela pequena cidade,
Enquanto bebê tive a primeira imagem,
Sendo que só estive de passagem,
Demonstrando aqui, minha triste homenagem.
Minha antiga cidade,
Cidade em que cresci,
Cidade onde vivi,
Cidade que só me resta saudade.