sábado, 21 de janeiro de 2017

Passa Tempo - Residência da família do Capitão Tito (Batatais/SP)

Em uma cidade com mais de 200 anos de história, não é difícil encontrar fotografias de paisagens que não existem mais.

Também não é difícil encontrar grupo de moradores que compartilham estas fotografias nas redes sociais, para matar a saudade e até conhecer um pouco mais sobre a história.

Este é o caso de Batatais/SP, cidade que em março completa 178 anos (14/03/1839)  de emancipação política, mas que possui mais de 201 anos de freguesia (25/02/1815).

Na cidade existe o grupo Acervo Digital de Batatais criado por Erivelton Manetti em 09/04/2013 no facebook com o objetivo de reunir fotos e fatos que marcaram a vida de seus habitantes.

Com tantas fotos e fatos postados, inicio meu projeto "Passa Tempo" em que uno o passa tempo de desenhar croquis de observação da arquitetura com o registro de construções que passaram no tempo e não existem mais.

A primeira casa que me chamou a atenção para iniciar este projeto é a casa morou a família do Capitão Tito, um dos primeiros e mais importantes comerciantes de Batatais no inicio do seculo XX, localizada na Rua Santos Dumont e demolida em meados dos anos de 1970.

No grupo Acervo Digital também há informações que nesta casa funcionou o escritório do Gaeta Café, com entrada pela rua Santos Dumont.
Segue-se a pesquisa se no local funcionou o Fórum de Batatais.

 Foto capturada da página do face do Grupo Acervo Digital de Batatais
fonte: https://www.facebook.com/groups/AcervoDigitalBatatais/ 
Croqui realizado 

Localização no Google Maps






MAIS UMA PRIMEIRA AULA

Na apresentação do livro Patrimônio: atualizando o debate (IPHAN, 2006) o arquiteto e professor Carlos Lemos escreve que é rara a oportunidade de editoras publicarem "questões  referentes às políticas  e critérios de salvaguarda e restauração de bens culturais, sobretudo arquitetônicos, visando debater ideias e quem sabe chegar a consensos".
Segundo Lemos, o tema não possui interesse popular e raramente os órgãos oficiais se propõem a discutir em público seus procedimentos como se estivessem a se justificar.




Escolhi a abertura de Carlos Lemos para a abertura da aula deste ano, pois foi há exatos 19 anos que li meu primeiro livro sobre o tema O que é Patrimônio Histórico da Coleção Primeiros Passos, publicado pelo mesmo autor em 1981, ou seja, há 36 anos este admirável professor trouxe a público conhecimentos complexos de forma simplificada e acessível  que até hoje o motiva a trabalhar, estudar e ensinar.

No link abaixo há um documentário que consegue transmitir um pouco da essência deste grande homem.


Feitas as devidas e merecidas referências ao professor Carlos Lemos, proponho a seguinte reflexão:

Por que o debate sobre patrimônio possui pouco interesse popular?

Por que o autor afirma que os debates sobre o tema nem sempre chegam a consensos?

Mais adiante, no mesmo texto de apresentação, o autor dá as primeiras respostas.

"O técnico preservacionista, no entanto, está permanentemente cercado de opiniões, até conflitantes, relativas a critérios de conservação, a comportamentos perante monumentos arquitetônicos e a respeito das cidades. Muita filosofia, muita teoria.!" (LEMOS, 2016, p.13)